A obesidade pode ser hereditária ?

obesidade

Quando falamos de tendência genética à obesidade estamos falando de características dos genes dos pais, da família, que propiciam a obesidade o que “passa” como herança genética para os filhos. Existem vários tipos de genes e mutações genéticas associados a maior incidência de obesidade, um do mais famosos é o “Gene FTO (fat mass and obesity associated)”.

Ele se manifesta principalmente no hipotálamo e desempenha uma função no controle da ingestão alimentar e da queima calórica. Suas mutações estão ligadas ao ganho de peso. Ele atinge cerca de 42% das pessoas de origem caucasiana, 5% das pessoas africanas e 21% dos asiáticos. Quem tem o FTO tem uma tendência maior a um aumento na ingestão de comida e de alimentos gordurosos. Em média, essas pessoas pesam 3kg a mais do que quem não tem o FTO (considerando características físicas como estatura, gênero e etc.) e elas tem 1,6 vezes mais risco de obesidade.

Além do FTO existem o MC4R, que está relacionado à produção de energia e ao acúmulo de gordura corporal. O gene APOA2, associado ao transporte de colesterol e à sensibilidade a gorduras saturadas. E o gene Clock, relacionado à regulação do ciclo circadiano, que influencia os hábitos alimentares noturnos.

Herança hereditária

Muitas vezes encontramos pessoas na vida que comem exacerbadamente e não engordam. E outras, que apesar de não exagerarem tanto na alimentação, possuem mais facilidade para ganhar peso. E estamos vendo que a predisposição genética muitas vezes explica isso.

Ter predisposição genética à obesidade é possuir uma tendência para adquirir excesso de gordura e peso corporal ao longo da vida. Como citado, essa tendência geralmente vem dos pais.

Quando nenhum dos pais tem obesidade, o filho tem 10% de chance de ter a doença. Se um um dos pais tem obesidade, o filho passa a ter chances de 40%. E se os dois (pai e mãe) são obesos, a chances do filho vir a ter obesidade também chegam a 80%.

Pesquisadores já estudaram gêmeos univitelinos (gêmeos idênticos) e viram que, mesmo quando eles crescem separados, o peso entre ambos é semelhante nas fases da vida. No caso de filhos adotivos ocorre o mesmo, pois eles tendem a ter o peso mais parecido com o que herdaram dos pais biológicos apesar de terem crescido em outro ambiente.

Tendência genética à obesidade X hábitos

A genética explica muita coisa, mas não tudo. Esses genes herdados interagem com os hábitos da pessoa, a alimentação, o ambiente, fatores emocionais, habitacionais, socioculturais e vários outros.

Geralmente quando vários membros de uma mesma família possuem obesidade é comum apontar a genética como principal causa. Mas maus hábitos alimentares que passam dos membros mais velhos da família e a falta de apoio para a incorporação de novos hábitos alimentares muitas vezes também é a fonte do problema da obesidade familiar.

Até mesmo em casos que se tem a herança genética e a predisposição hereditária a obesidade, isso não é uma sentença. Pois, se os hábitos alimentares e as atividades físicas forem uma realidade da vida da família, principalmente desde a infância, as chances de se conseguir manter um peso saudável são maiores. Além disso, deve-se sempre consultar um médico que, em casos específicos, pode complementar o tratamento de reeducação alimentar e atividades físicas com medicamentos.

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