Fome hedônica; quando a vontade de comer se torna um problema?

Você sabe o que é fome realmente? Nós aprendemos que precisamos comer de três em três horas, olhamos para um alimento e sentimos vontade de comer, mas será que isso é mesmo fome?

A fome real se refere a uma necessidade do nosso corpo de recuperar energia através da comida após um gasto energético grande. Apenas.

Mas e quando você está contente com algo e imediatamente quer comer, ou aquele desejo de beliscar alguma coisa quando está nervoso ou triste, aquela vontade de comer à noite mesmo sem estar com fome? Isso é o apetite hedônico.

O apetite hedônico é uma vontade de comer que tem por motivação simplesmente o prazer oferecido pelo sabor da comida, ou a comida como forma recompensa ou presente. A pessoa pode não estar com fome de verdade, mas sente uma vontade de comer que a faz acreditar que está com fome.

Todos nós sentimos esse apetite hedônico eventualmente. Porém, se:

  • vivemos pelos nossos desejos alimentares;
  • intercalamos esses desejos entre os horários regulares de alimentação e bagunçamos nossa dieta em função daquilo que temos vontade de comer;
  • não conseguimos mais diferenciar fome de vontade de comer;
  • comemos o que tiver e até acabar (não até estar satisfeito).

Então, o apetite hedônico se torna um vilão para a nossa saúde. A principal consequência direta do apetite hedônico é a compulsão alimentar, transtorno mental caraterizado pela perda total de controle na relação com a comida. A pessoa com compulsão come motivada por qualquer gatilho emocional e não sente mais prazer ou saciedade com a comida.

Outra doença que também acaba sendo consequência do apetite hedônico é a obesidade. Uma vez que a pessoa se torna refém de comidas que lhe dão prazer e come em horários e quantidades irregulares, é fácil perder o controle de uma dieta equilibrada e acabar ingerindo muitas calorias e, por consequência, ganhando peso.

Lidando com o apetite hedônico
Para evitar que o apetite hedônico evolua para um quadro de compulsão alimentar ou contribua para o surgimento da obesidade, alguns comportamentos que o paciente pode adquirir são:

  • Cozinhar: cozinhar os próprios alimentos, quando se tem chance, é uma ótima oportunidade para se ter um olhar mais atento à comida, de preferência sempre fazendo escolhas do ponto de vista nutricional, ou seja, que vão te nutrir melhor. Além disso, é muito mais fácil ter um comportamento impulsivo pela comida quando tudo está pronto à nossa mão. Ao cozinhar, esse comportamento tende a diminuir.
  • Estar bem saciado: com o apoio de um profissional, procure fazer lanches e refeições que o deixem bem saciado, assim sua vontade de comer outras coisas fora de horário vai diminuir.
  • Cuidar do estresse: quando estamos estressados ou ansiosos, nosso corpo sofre um grande gasto de energia (principalmente mental) o que nos faz querer compensar esse esgotamento através da comida. Busque orientação e soluções para lidar com o estresse e ansiedade, de forma que seu corpo não precise compensar seu estado de ânimo através da alimentação.
  • Praticar atividade física: gastar energia de verdade pode te ajudar a perceber a diferença de quando seu corpo realmente está com fome e quando é apenas um apetite hedônico, assim você poderá ter mais controle. Além disso, a atividade física ajuda a aliviar possíveis gatilhos emocionais que te fazem descontar as emoções na comida.

Se você não consegue estabelecer um controle sozinho, não hesite! Procure especialistas em alimentação e profissionais da saúde mental para te ajudar a melhorar sua relação com a comida antes que ela se torne uma doença.

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