Obesidade não é escolha, é doença!

Obesidade não é escolha, é doença!

Mitos e preconceitos que prejudicam o tratamento para obesidade

Apesar de pesquisas realizadas por diversos especialistas em vários países comprovarem que a obesidade não tem uma causa única, mas, ao contrário, é composta por uma série de fatores psicológicos, biológicos, hormonais socioeconômicos, culturais e emocionais, muitas pessoas ainda têm preconceito e acreditam que a obesidade é uma escolha pessoal ou “falta de vontade de mudar”.
Em 2019 a Sociedade Psicanalítica Britânica divulgou um relatório onde afirmou enfaticamente que a obesidade não é uma escolha, mas sim uma doença. Mesmo assim, uma pesquisa realizada nos estados unidos em 2018 revelou que esses mitos sobre a obesidade prevalecem inclusive entre profissionais de saúde, médicos e enfermeiros.
Esse tipo de discurso é repercutido nas redes sociais e na mídia o tempo todo, com promessas de emagrecimento fácil, chás milagrosos e a constante associação da obesidade à escolha pessoal e preguiça. Diante desse cenário, é fácil compreendermos por que tantos pacientes relutam em reconhecer a obesidade como doença e em buscar ajuda médica. Muitos acreditam que podem mudar o seu quadro sozinhos, sem ajuda de especialistas.
Não é incomum que esses planejamentos deem errado, uma vez que o paciente não sabe se há algum fator predominante, de ordem emocional, biológica ou hormonal colaborando para seu quadro de obesidade, e uma vez que ele não possui conhecimentos específicos de nutrição adequada para o seu corpo, idade e biotipo. Esses e vários outros fatores fazem com que um plano de perda de peso e redução do quadro de obesidade sem auxílio médico falhe. Também é comum que o paciente até consiga atingir uma meta de emagrecimento, mas recupere tudo novamente por falta de orientação e acompanhamento, são os chamados “efeito sanfona“.
O efeito sanfona é um dos desdobramentos mais indesejados pelos pacientes. Pois quando eles finalmente conseguem obter um emagrecimento significativo, voltam a recuperar tudo novamente. Podemos dizer que isso ocorre por que não houve a compreensão por parte do paciente daquilo que citamos; que a obesidade é crônica, e que a perda de peso não é a cura e não significa que a pessoa pode relaxar, deixar de ir ao médico e voltar aos mesmos padrões de vida.
Outra ideia recorrente que é importante desmistificar é que só uma boa alimentação, exercícios e medicamentos resolvem o quadro de obesidade. Claro que eles são os pilares no tratamento, mas é importante também que a pessoa tenha um sono saudável e níveis de estresse controlados. Como apontando, o excesso de peso é fruto de múltiplos fatores e, se não forem tratados em conjunto, não é possível alcançar as metas do tratamento para obesidade.

Sono Desregulado

Pessoas que ficam acordados por longos períodos e dormem menos que o necessário produzem menos leptina – hormônio que controla a sensação de saciedade. Além disso, o sono desregulado também contribui no aumento dos níveis de colesterol e na diminuição da capacidade do corpo de produzir glicose, alterando o controle do apetite e diminuição do gasto energético.

Estresse

Muitas pessoas ignoram esse fator, mas muitos estudos já comprovaram que o estresse atua metabolicamente propiciando o ganho de peso. Durante situações de estresse, nosso corpo libera um hormônio chamado cortisol. Ao ser liberado, o cortisol faz com que o corpo libere adrenalina e insulina. A adrenalina libera açúcar na corrente sanguínea rapidamente porque o corpo entende que precisa de energia para enfrentar aquela situação de estresse. A insulina faz que a glicose entre mais rápido na célula para termos mais energia, otimizando o trabalho da adrenalina. Se isso acontece várias vezes durante o dia, a pessoa sente mais vontade de comer doces e carboidratos simples, como pães e massas.

Os riscos dos remédios para emagrecer sem receita médica.

Há indicações precisas para o uso de medicamentos no tratamento da obesidade e os mesmos muitas vezes devem ser mantidos por longo período ou por toda a vida, pois obesidade é doença crônica e como tal, não há cura mas sim controle. Até os pacientes que se submetem a cirurgia bariátrica não estão curados, mas sim controlados enquanto continuam se tratando, pois do contrário há grande possibilidade de voltarem a engordar. E as mudanças na alimentação e estilo de vida devem ser sempre mantidas.
O problema é que pela nossa cultura e sociedade, de forma geral, não levar a sério a obesidade como uma doença, alguns desses remédios são vendidos como soluções mágicas de forma indiscriminada e sem receita. Os riscos são muitos. Principalmente por que a pessoa não sabe se aquele medicamento é mesmo de origem confiável. Além disso, se não há um médico que esteja a par do quadro clínico do paciente para orientá-lo, a probabilidade de os remédios fazerem mal são grandes. E é claro que, embora a maioria deles não traga essa informação ao consumidor, o remédio só proporciona o emagrecimento desejado quando aliado à mudança para um estilo de vida mais saudável.
Além disso, como já citamos, precisa haver a investigação dos fatores que estão colaborando para o quadro de obesidade. Se o paciente sofre de algum transtorno como depressão ou ansiedade, os remédios específicos para essas condições podem ser agregados ao tratamento, sob a prescrição de um médico especialista. Da mesma forma deve ocorrer se a causa for de origem hormonal, como um distúrbio de tireoide, por exemplo.
Também é necessário analisar o contexto do paciente, o gênero, idade, a fase, pois sabemos que muitos desses fatores afetam o desempenho durante o tratamento. Um paciente que busca melhorar da obesidade apenas com base no que lê na internet não possui uma análise individual necessária como essa.
Por isso é necessário romper os mitos e preconceitos que cercam a obesidade, deixando de associá-la somente à uma questão de ordem estética, e passando a encará-la como uma doença, propiciada por vários fatores.
Obesidade não tem cura, mas tem tratamento, e como toda a doença, necessita ser tratada por um especialista que vai saber qual a melhor forma de tratá-la de acordo com o paciente.

Artigos mais recentes
Assine a Nutroendo News
Loading
Onde estamos

Bom Jesus do Itabapoana

Rua Ten. José Teixeira, 488

Centro | Bom Jesus do Itabapoana

Rio de Janeiro | CEP: 28360-000

AGENDE UMA CONSULTA