Síndrome dos Ovários Policísticos
Mais uma causa de obesidade e outras doenças.
Muitas mulheres apresentam obesidade, diabetes, infertilidade e são tratadas de maneira inadvertida, tratando somente as consequências, pois não tiveram o diagnóstico de Síndrome dos Ovários Policísticos, a qual deve ser tratada de uma maneira toda especial.
Essa é a patologia endócrina que mais acomete as mulheres no período reprodutivo e está associada a resistência insulínica (podendo evoluir para diabetes), hipertensão arterial sistêmica, obesidade, dislipidemia, infertilidade, maior risco de doenças cardiovasculares como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico entre outras. E a causa da SOP é multifatorial, tendo um padrão de herança poligênica associada a fatores ambientais como má alimentação, sedentarismo e muitas outras.
O diagnóstico pelo Consenso de Rotterdam – 2003 se dá pela presença de, pelo menos, dois dos seguintes itens:
- Disfunção menstrual;
- Hiperandrogenismo – quadro que cursa com aumento de hormônios sexuais masculinos – clínico e/ou laboratorial;
- Ovários policísticos à ultrassonografia.
E quando se fala em ovários policísticos à ultrassonografia, existe alguns critérios, sendo o aumento do volume ovariano em mais de 10 ml e/ou presença de 12 ou mais folículos medindo entre 2 e 9 mm de diâmetro em, pelo menos, um dos ovários. E o exame deve ser realizado entre o 3-5 dia do ciclo menstrual e a mulher não deve estar em uso de anticoncepcional oral.
E com aumento dos androgênios (aumento dos hormônios sexuais masculinos) pode haver hirsutismo (crescimento de pelos em locais comuns em homens), acne, alopecia e outras.
Consequências da Síndrome dos Ovários Policísticos
- Obesidade;
- Hirsutismo (aparecimento de pelos em locais comuns em homens);
- Acne;
- Amenorreia;
- Oligomenorréia;
- Infertilidade;
- Abortamento recorrente espontâneo;
- Apneia do Sono;
- Intolerância à glicose;
- Alterações hormonais;
- Hipertensão arterial sistêmica;
- Aumento do risco de câncer de útero e mama;
- Diabetes melitos tipo 2;
- Dislipidemia (aumento do colesterol e/ou triglicerídeos);
- Aumento de risco de infarto agudo do miocárdio e acidente vascular encefálico;
- Esteatose hepática (gordura no fígado);
- Pode se encontrar também Acantose Nigricans que são manchas escuras mais comuns em regiões de dobras.
Tratamento
- Controle da SOP;
- Tratar o hirsutismo;
- Normalizar a menstruação;
- Promover fertilidade na mulher que desejar engravidar.
Sendo o principal pilar do tratamento a Mudança no Estilo de Vida adotando dieta hipocalórica, pobre em gorduras saturadas, com pouco sódio e exercícios físicos.
E os medicamentos usados no tratamento podem ser:
- Anticoncepcionais orais com progestágenos como drosperinona ou ciproterona ou clormadinona;
- Espironolactona;
- ciproterona;
- Flutamida (evitada por ser mais tóxica ao fígado);
- Finasterida;
- Citrato de Clomifeno – no tratamento da infertilidade;
- Gonadotrofinas – nos casos não responsivos ao Clomifeno e metformina;
- Metformina;
- Inibidores de Aromatase como o Letrozol;
Conclusão
Essa patologia muitas vezes deixa de ser diagnosticada ou as vezes é diagnosticada de forma incorreta em quem não apresenta o problema ou ainda é diagnosticada de maneira correta, mas tratada de forma inadequada. Portanto, procure o profissional médico mais adequado para isso, pois do contrário as consequências poderão ser desastrosas.