Você sabe se tem algum padrão alimentar?

Sempre que tratamos um paciente com obesidade, além da investigação de fatores ligados à sua genética e a condições associadas como diabetes ou hipotireoidismo, a análise clínica é composta também por uma análise do seu padrão alimentar. O padrão alimentar refere-se à relação prejudicial que a pessoa têm com a comida que pode estar influenciando no seu ganho de peso.

Entre os principais padrões alimentares que levam as pessoas à obesidade podemos destacar:

  • hiperfagia prandial;
  • transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP);
  • síndrome alimentar noturna (SCN);
  • comer emocional;
  • perfil “beliscador.”

Muitas vezes o paciente não tem consciência do padrão alimentar que exerce e como isso influencia no seu quadro de obesidade, por isso é importante aprender a diferenciar cada tipo de padrão alimentar durante o tratamento.

Hiperfagia prandial

A hiperfagia prandial é uma desordem alimentar caracterizada pela ingestão de grandes quantidades de alimentos durante as refeições, quantidades que ultrapassam os limites de saciedade necessários e podem fazer a pessoa se sentir mal e “cheia”.

Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica (TCAP)

O Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica (TCAP) gera episódios recorrentes de compulsão alimentar, que são caracterizados
por ingestão descontrolada por um período de tempo de uma grande quantidade de alimento, maior que a maioria das pessoas conseguiria comer. E, às vezes, sem ter consciência sobre o que se está comendo.

Síndrome alimentar noturna (SCN)

São episódios recorrentes de comer noturno, que acontecem após despertar de um sono durante a noite no consumo excessivo de comida depois de uma refeição noturna. Nesses casos é comum que a pessoa consuma pelo menos um quarto de suas calorias diárias após o jantar e acorde de madrugada com vontade de comer.

Comer emocional

O comer emocional é a “fome” que surge perante situações de estresse e ansiedade. Nesses casos a pessoa come, mesmo sem sentir fome de verdade, mas sente vontade de comer para encontrar conforto e alívio na comida. Nesses episódios, geralmente consome alimentos cheios de gordura e açúcar, que são tidos como “recompensa”. Com o descontrole, a pessoa passa a comer sempre que se sente estressada ou simplesmente sente alguma emoção diferente ou com a qual não sabe lidar.

Padrão beliscador

O padrão beliscador é aquele velho (e prejudicial) hábito de “beliscar” entre as refeições. A pessoa com esse padrão alimentar também tender a ter pouca fome nas refeições por estar o tempo todo beliscando, o que dá a ilusão de comer pouco.

O que fazer

Padrões alimentares como esses geralmente podem e devem ser avaliados em conjunto por um profissional da saúde mental, se não forem tratados comprometem todo o tratamento para obesidade. Não adianta seguir as orientações de ingestão de nutrientes do médico, se a pessoa possui uma compulsão ou descontrole alimentar que está além do que ela pode modificar sozinha. Por isso, também, na avaliação da pessoa com obesidade todos esses fatores são levados em conta, juntamente com seus aspectos físicos, para que seja elaborado pelo especialista um tratamento individualizado que atenda a todas as necessidades desse paciente.

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