Muitas pessoas, quando se dão conta de que estão acima do peso, imediatamente pensam “eu preciso me livrar disso!”. Nessa hora, é comum recorrer a procedimentos estéticos de remoção de gordura, sendo a lipoaspiração a mais famosa. Por muitos anos, as pessoas fizeram esse procedimento com a expectativa de saírem completamente magras dessa cirurgia. Mas não é bem assim.
Hoje vim explicar com esse texto por que a lipoaspiração não deve ser confundida com um tratamento para obesidade e nem usada como substituta ao tratamento.
Lipoaspiração não te faz perder peso!
Primeiro de tudo, tenha isso em mente: a lipoaspiração não trata o excesso de peso!
Ela, portanto, não substitui a necessidade de tratar a obesidade através de tratamento médico com o endocrinologista, prática de exercícios físicos e bons hábitos alimentares. A função desse procedimento é apenas retirar acúmulos de gorduras depositados em determinadas partes do corpo, como braços, coxas e costas, que podem não desaparecer completamente apesar do tratamento de obesidade bem sucedido.
É importante lembrar que a gordura que vai ser retirada pelo médico fica por cima do músculo. A lipoaspiração não remove a gordura visceral, que fica abaixo do músculo, ela somente é eliminada através de mudanças alimentares e exercício físico.
Inclusive, a gordura visceral é a mais perigosa à saúde e a que está mais associada ao risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como hipertensão arterial e infarto, bem como distúrbios metabólicos como o diabetes e colesterol alto.
Além de não eliminar a gordura entre os órgãos, a lipoaspiração também não trata os principais aspectos da obesidade. Ela apenas suaviza um dos sintomas mais aparentes, que é a gordura acumulada, mas a falta de condicionamento físico, o excesso de peso não saudável e os fatores de risco para a saúde continuam.
Além disso, há ainda os aspectos psíquicos e comportamentais. Se a pessoa não trata a causa da obesidade, mesmo que ela elimine o aspecto de gordura localizada que a incomoda, as chances de continuar a comer inadequadamente e continuar engordando são grandes.
Complicações
Além de não tratar o excesso de peso, para a lipoaspiração ser segura é necessário que a obesidade antes seja tratada. Se o procedimento for realizado com o intuito de remover grandes quantidades de gorduras, então as chances de complicações durante a cirurgia também são muito maiores. Os riscos diminuem quando a quantidade de gordura removida é menor.
Para ser segura, o médico responsável só pode retirar em torno de 6% do peso corporal do paciente no procedimento. Ou seja, a pessoa perde apenas em torno de 2 a 4 quilos.
Indicação
Então a lipoaspiração nunca deve ser feita? Calma, não é bem assim. O que quero explicar é que ela é um procedimento estético que possui outra finalidade, que não é a de tratar a perda de peso.
Se a pessoa, por exemplo, já trata a obesidade, pratica atividade física e está com um peso saudável, mas ainda tem gordurinhas que não somem, ela pode fazer uma lipoaspiração, desde que esteja ciente dos resultados que espera e aqueles que são possíveis.
Em resumo, a lipoaspiração é um procedimento estético complementar indicado para quem está com o peso estável e que possui gordura localizada subcutânea (que está sob a pele, e não entre os músculos e órgãos), as quais são difíceis de perder apenas com dieta e exercícios.