O açúcar é um componente necessário à nossa dieta. Ele é a forma mais rápida de fornecer glicose para o corpo, e a glicose por sua vez é essencial para o funcionamento do cérebro, da retina e dos rins. Mas não podemos exagerar no consumo desse condimento!
O excesso de açúcar para o qual devemos estar atentos vem principalmente do consumo de doces e bebidas açucaradas, pois a quantidade de açúcar aceitável para nosso organismo já é adquirida todos os dias através de outros alimentos que possuem uma quantidade significativa, porém “invisível”, ou imperceptível, pois não torna os alimentos doces. É o caso de pães e massas, por exemplo.
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), a quantidade média ideal de açúcar que devemos consumir por dia é entre 25 g a 50 g. E esse alerta tem fundamento, pois o excesso de açúcar no organismo, além de aumentar o risco de diabetes, por conta da sua influência nos níveis de insulina e no funcionamento do pâncreas, pode ainda acarretar diversos outros prejuízos à nossa saúde.
Outros prejuízos que o excesso de açúcar causa em nosso organismo
Rins
Os rins podem sofrer com uma sobrecarga na tentativa de eliminar o excesso de açúcar do organismo. A longo prazo, se o consumo de açúcar continuar alto, eles continuarão tentando filtrar e eliminar o excesso de glicose da corrente sanguínea, o que aumenta a sobrecarga e pressão dentro das unidades de filtração (os glomérulos). Com isso o organismo sofre a perda de proteína na urina (proteinúria), podendo chegar a ter perda renal, ou seja, perda do rim.
Cérebro
Altos níveis de açúcar alteram os circuitos cerebrais que regulam a fome e a saciedade, além de interferir no sistema de recompensa do cérebro. Isso leva a pessoa a querer comer mais doce, independentemente de estar ou não com fome.
Ademais, com o tempo, o excesso de açúcar pode levar a perda da função cognitiva, redução da memória e atenção. Além de propiciar o aparecimento de placas de gordura nas artérias do cérebro (aterosclerose) e aumentar risco de AVC.
Artérias
Uma lesão no endotélio, que é a camada que protege as artérias, pode ser também provocada pelo excesso de açúcar no organismo. Essa lesão, associada a outros danos, leva a formação de coágulos (trombos) e redução do calibre das artérias, o que também afeta a pressão arterial.
Intestino
A flora intestinal também sofre com os altos níveis de açúcar, que gera desequilíbrio no funcionamento da região, podendo causar diarreia, dor abdominal, excesso de gases, mau hálito e falta de vitaminas.
Pele
O excesso de açúcar afeta também a pele, tornando-a mais oleosa, o que contribui diretamente para o surgimento e/ou aumento da acne, da dermatite seborreica e da descamação facial.
Pâncreas
Quando consumimos muito açúcar, o pâncreas libera muita insulina, e esse excesso faz com que o açúcar, que acaba virando gordura, seja estocado na gordura visceral. Dentro do fígado, isso gera um quadro esteatose, que é o acúmulo de gordura nesse órgão. A longo prazo, a esteatose hepática pode evoluir para esteato-hepatite, que é a inflamação do fígado por causa da presença de gordura.
A melhor forma de evitar esses e outros prejuízos causados pelo excesso de açúcar é adotando uma dieta equilibrada e balanceada, sem excessos e de preferência com orientação de um especialista.
