Síndrome dos Ovários Policísticos e obesidade

A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é um distúrbio endócrino crônico caracterizado pelo surgimento de múltiplos cistos ao redor dos ovários, que interferem diretamente na produção hormonal da mulher e podem levar à obesidade.

É uma condição muito comum, que atinge cerca de 13% das mulheres em idade fértil no Brasil. Embora em alguns casos seja assintomática, a Síndrome dos Ovários Policísticos pode apresentar diversos sintomas, em maior ou menor grau, dependendo da paciente.

Principais sintomas da Síndrome dos Ovários Policísticos:

• Aumento da produção de hormônios androgênios, que dificultam a ocorrência da ovulação e, consequentemente, da gravidez;

• Ciclo menstrual irregular, com longos períodos sem menstruar ou volume menstrual excessivo;

• Resistência à insulina, portanto, aumento do risco de diabetes;

• Surgimento de pelos em regiões atípicas do corpo feminino;

• Acne;

• Queda de cabelo;

• É possível que haja uma tendência à obesidade, porém falarei sobre isso mais adiante.

Os sintomas, em geral, aparecem na puberdade a partir da primeira menstruação. Além disso, há sinais clínicos e laboratoriais como excesso de androgênios e ovários aumentados e com microcistos, que podem ser identificados através de ultrassonografia.

No entanto, a SOP varia muito de paciente para paciente, o que pode dificultar o diagnóstico e o começo do tratamento.

Qual a relação da SOP com a obesidade?

Não se sabe ainda se a Síndrome dos Ovários Policísticos causa obesidade, ou se a obesidade aumenta as chances da manifestação da doença em pacientes com predisposição. Contudo, é possível observar que cerca de 60% das mulheres com SOP têm algum grau de obesidade. Ou seja, um número muito maior de ocorrência quando comparamos à população feminina geral.

Contudo, a hipótese que vem ganhando mais força é de que a SOP é um fator desencadeante de obesidade. Isso porque as pacientes que possuem a síndrome apresentam outras alterações desencadeadoras de obesidade que não são comuns em mulheres obesas que não tem SOP.

No entanto, sabe-se que a obesidade piora todos os sintomas da SOP.
Mulheres com obesidade e com Síndrome dos Ovários Policísticos apresentam mais irregularidades menstruais, maior produção de androgênio e maiores índices de infertilidade. Além disso, quadros como diabetes tipo 2, síndrome metabólica, doença cardiovascular e sono desregulado, aparecem com mais frequência também. Por fim, tem uma resposta pior aos tratamentos para fertilidade e preventivos para diabetes tipo 2.

Além do mais, as mulheres obesas com SOP apresentam maior incidência de depressão, ansiedade e baixa qualidade de vida.

Qual o tratamento adequado?

Muitos médicos receitam anticoncepcionais como tratamento para SOP, porém eles não tratam a síndrome, apenas anulam os sintomas relacionados à menstruação desregulada. Ou seja, quando a paciente interromper o uso da medicação, voltará a sentir os sintomas.

Assim, para tratamento, é essencial adquirir hábitos saudáveis. A prática de atividades físicas regulares e uma reeducação alimentar podem melhorar muito o quadro da paciente, podendo até dispensar o uso de medicamentos.
Observa-se que, com a mudança de hábitos e perda de peso, diversos sintomas da SOP diminuem drasticamente. O ciclo menstrual fica mais regular e a resistência à insulina diminui, assim como o excesso de produção androgênica.

Se as mudanças no estilo de vida e a perda de peso forem insuficientes, aí sim é preciso ser adicionado o tratamento medicamentoso. Porém, nunca abrindo mão dos hábitos saudáveis.

Há uma série de medicamentos que podem ser ministrados no tratamento. Portanto, para saber o que se encaixa melhor em cada caso, é necessário consultar um médico especialista.

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