Pense rápido: sempre que você come, você está com fome? Ou, às vezes, a comida é só uma distração? Muitas pessoas utilizam os alimentos como forma de anestesiar as emoções. Isso se chama comer emocional.
O comer emocional é o impulso de comer em resposta a uma emoção, geralmente, negativa. Como, por exemplo, estresse, raiva, ansiedade, medo e tristeza.
O que difere o comer emocional de um transtorno alimentar é que ele não é caracterizado como uma doença. É um condicionamento, um hábito, quase inconsciente de descontar emoções na comida. E, portanto, sendo um comportamento, pode ser mudado.
Como diagnosticar o comer emocional?
O primeiro passo, antes de mais nada, é se reconhecer com o problema. E, então, retornamos para aquela pergunta do início do texto: você como por fome ou por que está se sentindo mal/triste/ansioso, etc.? Comece a reparar nos sentimentos que possivelmente te motivam a comer. Você sabe dizer quando está de fato com fome física?
Dado esse primeiro passo, o segundo é receber a avaliação e o acompanhamento de um médico. Não raramente, o comer emocional se torna a causa de muitos casos de obesidade e sobrepeso. E, nesses casos, é preciso tratar as duas coisas paralelamente: o excesso de peso e sua causa, o comer emocional.
Além de tratar suas emoções e buscar saber a razão pela qual você desconta certos sentimentos na comida, é preciso tratar o comer emocional com o nutrólogo.
Tratamento
A base desse tratamento consiste em mudanças de hábitos alimentares que te ajudarão a perceber melhor os alimentos, ter mais controle sobre a comida e aproveitar mais suas refeições. Entre os principais pontos trabalhados no tratamento estão: comer mais devagar, comer porções com quantidade adequada, evitar certos alimentos conforme orientação do nutrólogo e ter um horário para as refeições (não beliscar).
Além disso, o médico pode utilizar algumas ferramentas para ajudar o paciente. Como o diário alimentar, que é um diário no qual o paciente registra, além das quantidades de alimentos ingeridos, também as emoções associadas ao consumo dos alimentos.
Nessa observação, o paciente anotará, por exemplo: quais alimentos ele busca comer quando está estressado ou ansioso. Quais emoções o fazem mais “descontar” seus sentimentos na comida. Como ele come esses alimentos (rápido, ou com culpa, por exemplo). Isso ajudará a perceber um padrão e dará mais condições do médico diagnosticá-lo e orientá-lo em um tratamento completo.
Técnicas que ajudam
Também faz parte do tratamento médico e paciente pensarem juntos em estratégias para que a pessoa possa aliviar suas emoções de outra forma que não seja na comida. Por exemplo, se a pessoa sofre com estresse e ansiedade e esses são os sentimentos que mais a levam a exagerar nos alimentos, então o médico pode sugerir que ela inclua no seu consumo diário alimentos que ajudam a aliviar a sensação de estresse e ansiedade. Da mesma forma, ele pode orientar, como citei, que ela evite ter por perto alimentos que comprovadamente aumentam essa sensação. Como o açúcar, por exemplo.
Além disso, outras estratégias que funcionam bem são:
- Ter organizado e preparado (ou pelo menos previamente pensado) o que e a quantidade que você vai comer em cada refeição.
- Não ter à disposição coisas fáceis de beliscar. Como salgadinhos, biscoitos, etc..
- Desviar o foco da comida e encontrar outras maneiras de tratar suas emoções, estresse e ansiedade. Seja através de exercícios físicos, ou outras sugestões que podem ser trabalhadas em um acompanhamento psicológico.
- Evitar sentar à mesa ou iniciar uma refeição durante um momento de crise de ansiedade, raiva, etc.. O melhor é esperar a sensação passar para, então, poder comer com tranquilidade, desfrutando da sua refeição.
Converse com seu médico para ter uma avaliação individualizada.