Apesar de ser uma condição geralmente associada a pessoas mais velhas, o colesterol alto pode acometer pessoas de todas as idades, inclusive as crianças.
Quando índices elevados de colesterol se apresentam desde a infância, o risco de a pessoa vir a sofrer com doenças cardíacas, aterosclerose, infarto e AVC, quando adulta, e até mesmo antes dos 50 anos, é muito maior.
E a depender do nível de aumento desses índices, ainda na infância, ela pode começar a ter a formação de placas de gordura nas artérias.
Quando não diagnosticado e controlado precocemente, o colesterol na infância pode levar ao surgimento de diversas doenças na fase adulta que aparentemente surgem de forma “silenciosa”, mas que poderiam ser evitadas com o cuidado com o colesterol desde cedo.
Causas do colesterol alto na infância
Apesar de a obesidade infantil, o histórico familiar e doenças associadas ou medicamentos que elevam o colesterol serem algumas das causas do colesterol elevado em crianças, a principal causa ainda é um estilo de vida sedentário e má alimentação.
Embora seja mais rara, também é possível que a causa seja genética hereditária. Ou seja, a criança herda um histórico familiar de colesterol alto. Famílias que possuem esse diagnóstico devem estar mais atentas.
Diagnóstico e tratamento
Como o colesterol alto não apresenta sintomas e os pais e as pessoas em geral não costumam imaginar que as crianças podem ter índices elevados dessa gordura, o diagnóstico é dificultado.
Mas diagnosticar precocemente e tratar o colesterol alto é fundamental a fim de evitar que a criança venha a sofrer com problemas cardíacos e outras doenças na fase adulta.
Por isso, as autoridades de saúde recomendam que o colesterol comece a a ser medido a partir dos dez anos de idade em crianças saudáveis. Já em crianças que possuem histórico familiar de colesterol, diagnóstico de diabetes, obesidade ou doenças cardíacas, a dosagem já deve ser feita a partir dos dois anos de idade.
Os valores de referência para colesterol em crianças e adolescentes são:
Colesterol Total- menor que 170 mg/dl
Colesterol HDL (bom)- maior que 45 mg/dl
Colesterol LDL (ruim)-menor que 110 mg/dl
A família deve procurar um endocrinologista ou pediatra caso o LDL esteja acima do valor ideal, principalmente se for superior a 130mg/dl.
Colesterol: Tratamento
tratamento inicial se baseia principalmente em mudanças de estilo de vida e alimentação, incluindo o aumento da prática de atividade física, adequação da dieta (pobre em gorduras e rica em fibras) e controle do peso.
O ideal é que os familiares incentivem as crianças a descobrirem afinidade com algum esporte ao qual possam se dedicar como forma de atividade física. Dentro de casa, a diminuição de estímulos de comidas calóricas e saturadas também é fundamental. Dificilmente a criança vai conseguir ou entender que precisa comer alimentos saudáveis se vê as pessoas em sua casa comendo alimentos gordurosos.
A dieta dela precisa ser rica em alimentos com fibras, de preferência integrais, além de frutas e vegetais, evitando salgadinhos de pacote, biscoitos recheados, refrigerantes, salgados fritos, etc. Se a criança ou adolescente tem muito contato ou hábito de consumir esses alimentos fora de casa (na escola, por exemplo) o ideal é que leve outras opções de lanche preparados em casa com baixo teor de gordura.
Quando apenas as mudanças de hábitos não são suficiente e/ou os níveis de colesterol são muitos altos, o médico pode indicar o tratamento com remédios.
Além disso, para melhor controle do colesterol nessa fase é recomendável:
Perder peso, em caso de crianças com obesidade;
Realizar exames periódicos para acompanhar o colesterol e triglicérides;
Parar de fumar, em casos de adolescentes com esse vício.