Estamos no Novembro Azul, mês de prevenção e conscientização sobre o câncer de próstata. Esse é o segundo câncer que mais atinge a população masculina, sendo responsável por cerca de 13 mortes para cada 100 mil homens, conforme o Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Nessa campanha, além de alertar para a necessidade de exames de rastreamento, e atenção aos fatores de risco para essa doença, que incluem idade e histórico familiar, eu não poderia deixar de citar também o excesso de peso e a obesidade, que são fatores que não só aumentam o risco de ter cânceres de próstata, como aumentam também o risco de tumores mais agressivos.
A chance de desenvolver câncer de próstata na fase adulta é quase duas vezes maior nos homens que possuem sobrepeso com mais de 20kg.
A obesidade aumenta o risco de câncer de próstata e o tumor em homens obesos é mais agressivo. Estudos apontam que uma alimentação rica em gorduras, juntamente com sedentarismo e obesidade, são características que facilitam o desenvolvimento dos tumores na próstata, estimulando alguns tipos de tumores mais agressivos ao organismo do homem.
Por que a obesidade é um fator de risco para câncer de próstata
A obesidade possui alguns mecanismos de atuação e consequências no organismo que justificam justificam o aumento do risco do câncer de próstata. O primeiro deles é que as próprias células de gordura, que por si só, já produzem fatores cancerígenos que agridem o nosso organismo, podem agredir células saudáveis e transformá-las em células precursoras de câncer. Além disso, elas também têm excesso de determinados hormônios, como por exemplo, o estrogênio, circulando no organismo. E esses hormônios também favorecem a multiplicação desordenada de células e, consequentemente um possível surgimento de câncer.
Além disso, a obesidade causa anomalias metabólicas e endócrinas, níveis elevados de insulina em jejum e estradiol, e mediadores inflamatórios, que incentivam a proliferação de células malignas. Além disso, a obesidade também eleva o risco de inflamação tumoral, leva à instabilidade genômica e mutações, promove a desregulação do metabolismo celular, a vascularização da região tumoral, a alteração da funcionalidade do macrófago (célula de defesa) e a redução da morte celular programada (apoptose).
Em homens obesos, também, a proteína usada para detectar o câncer de próstata em um estágio inicial, o antígeno específico da próstata (PSA), é diluída no sangue, o que torna uma das etapas de identificação do câncer de próstata mais difícil.
A obesidade abdominal, aquela que se centra na barriga, é especialmente mais perigosa no que diz respeito ao aumento do risco de câncer de próstata. Ela causa variações hormonais e metabólicas que podem promover o crescimento de células cancerosas dependentes de hormônio. Esse tipo de obesidade abdominal também está associada a uma diminuição da testosterona que propicia o desenvolvimento de tumores agressivos.
Tudo isso faz com que homens obesos, principalmente aqueles com idade mais avançada, estejam mais vulneráveis e propensos ao desenvolvimento de câncer na próstata
Para prevenir o câncer de próstata, portanto, além dos exames preventivos de rastreamento e a conscientização sobre o diagnóstico precoce, cuidar do peso o quanto antes também é necessário e fundamental.
